Bruno Coelho: “Quero conquistar a Taça e o Campeonato”



Em entrevista à BTV, o capitão da equipa de futsal mostrou-se ambicioso. Depois do Campeonato da Europa por Portugal quer juntar a dobradinha à Taça da Liga e conseguir o inédito Triplete ao serviço do Clube.

Em época de estreia como capitão da equipa de Futsal do Benfica, Bruno Coelho concedeu uma entrevista à BTV para analisar a época até ao momento.

O balanço é positivo, mas o fixo/ala quer completar o Triplete com as conquistas do Campeonato Nacional e da Taça de Portugal, e juntar estes troféus ao Europeu por Portugal. Sente-se confortável no papel de capitão de equipa, tarefa que não é assim tão difícil de desempenhar; gostou de ajudar os 10 reforços na integração no grupo de trabalho, e revelou que a família é o seu maior apoio nos bons e maus momentos. Uma conversa com o 7 na primeira pessoa.

Que balanço faz da época até ao momento?

Na minha perspetiva, acho que podemos fazer um balanço positivo. Não começámos da melhor maneira, perdemos a Taça de Honra e a Supertaça, mas é legítimo dizer que tínhamos uma equipa praticamente nova, com 10 novos jogadores. Não é fácil num mês, mês e meio colocar em prática o que era esperado pelo treinador. Mesmo assim demos uma boa réplica. No início do Campeonato tivemos uns jogos com altos e baixos, algo normal. Creio que, depois do jogo com o Porto Salvo, em que vencemos em casa, por 3-2, a época começou a ser mais regular e em crescendo. Conquistámos a Taça da Liga. Como todos puderam ver, foi uma conquista muito boa, foi uma Taça em que estivemos muito bem e queremos continuar assim.

Porquê a marca do jogo com o Porto Salvo?

Porque foi o jogo a seguir ao Sporting, em Alvalade, em que perdemos 5-2. Não foi um jogo fácil para nós; não esperávamos sofrer uma derrota tão pesada, até porque fizemos um bom jogo e criámos muitas situações para ganhar o jogo. A partida com o Porto Salvo foi logo a seguir e queríamos fazer um bom jogo para mostrar aos nossos adeptos que estávamos bem, e acabou por sair pela margem mínima. Mas foi no início de época, muitos jogadores novos… Desde aí tem sido sempre a crescer e, agora, vamos entrar na fase mais interessante da época, com a Taça de Portugal e logo a seguir o play-off. Vamos estar no máximo das nossas capacidades.

O que se pode esperar do Benfica na fase final que é, como disse, a fase que mais gostam?

Ainda faltam dois jogos para acabar a fase regular. Queremos acabá-la bem, com duas vitórias. Vamos ter um jogo em casa e um jogo fora, e queremos aproveitar o jogo em casa para puxar pelos nossos adeptos, para confiarem em nós e nos apoiarem cada vez mais. Depois teremos a Taça de Portugal que queremos conquistar. Aliás, o tempo que está a faltar para a Taça de Portugal aproveitamos para nos prepararmos a fim de chegarmos bem à competição e podermos conquistá-la. Depois temos o play-off que é a melhor parte. Há os jogos, os treinos… Os jogos são bastante competitivos, com boas equipas e é isso que nós gostamos.

Bruno Coelho

“Vamos entrar na fase mais interessante da época, com a Taça de Portugal e logo a seguir o play-off”

É por essa parte da época que esperam?

Sim, claro que sim. A meio da época há a Taça da Liga, são jogos que todos querem jogar, mas quando chega esta fase da época é a parte mais importante porque é quando tudo se decide. Temos de estar bem.

Olhando para a Taça de Portugal e para o primeiro jogo com o Burinhosa. Qual é a diferença entre esta competição e o Campeonato?

São jogos de “mata-mata”, em que temos de estar bem. Não há próximo jogo para nos desculparmos ou remediar alguma coisa. Temos de chegar e ganhar para passar à próxima eliminatória. Se não colocarmos em prática tudo o que trabalhamos, não haverá uma próxima vez.

Voltando ao início da época e ao papel importantíssimo que o capitão de um grupo tem quando há 10 caras novas. Integrá-los foi uma missão difícil?

Eu gosto de ter essa responsabilidade. Até é bom para mim; faz-me ser cada vez mais profissional, mais maduro. É um grupo de homens em que, eles próprios, tornaram isto mais fácil. É um grupo muito homogéneo. São 10 caras novas, é verdade, mas é muito fácil falar com eles, interpretam muito bem o que queremos dizer. Há jogadores experientes, que já jogaram em outras ligas muito competitivas, tanto ou mais do que em Portugal. Ganharam Mundiais, foram Campeões da Europa e sabem estar num grupo de trabalho. Tudo isto torna o meu trabalho mais fácil.

Como foi recebê-los? Alguma história caricata?

Não, nem por isso. Gosto sempre de falar do Robinho porque é o “cromo” da equipa [risos]. É uma pessoa muito bem-disposta, sempre pronta a ajudar, muito humilde e honesta. É espetacular e é uma pessoa que tenho gostado muito de conhecer e de trabalhar. Pensávamos: era o craque! Mas não. É craque, mas é humilde, honesto e trabalha. Não gosta de ficar para trás, luta para ser sempre o melhor e isso ajuda-nos como equipa.

Bruno Coelho

“Temos de chegar e ganhar para passar à próxima eliminatória [da Taça de Portugal]”

O coletivo tem ajudado à época em crescendo?

Com certeza que sim. O próprio Joel Rocha [treinador da equipa de futsal] não deixa que alguém saia do caminho. Sabemos que temos um caminho a percorrer, sabemos qual é e como temos de o fazer. Não há ninguém que se queira desviar do caminho e isso ajuda.

Os treinos são sempre com boa disposição.

Isso é sempre. Mesmo que haja alguém que esteja um pouco mais em baixo, porque todos têm a sua vida pessoal e os seus problemas. Desde o início de época, quando entram na porta do balneário para dentro, tudo muda. Sabem separar as coisas. O balneário e a forma de trabalhar têm sido fantásticas, e isso ajuda-nos a crescer.

É fácil ser capitão desta forma?

É fácil. Às vezes temos de gerir um momento ou outro porque há sempre coisas que correm menos bem nos jogos ou nos treinos. Uma palavra mais amiga com qualquer um deles torna tudo mais fácil para que reajam ao erro ou ao insucesso.

O capitão também precisa desses momentos e desse companheirismo?

Sim. Eles também me têm ajudado muito. Não só os colegas de equipa, como o staff técnico, todos ajudam. Quando alguém tem um problema fala comigo, com o Joel [Rocha] ou com o Gonçalo [Alves] e tudo se torna mais fácil.

Bruno Coelho

“Que os nossos adeptos confiem em nós e apoiem cada vez mais”

A passagem de testemunho do Gonçalo Alves para o Bruno Coelho foi tranquila. Ainda estão muito ligados?

Sim, com certeza. O Gonçalo faz questão de estar presente, o que é bom. Isso ajuda-nos bastante. Não foi assim há tanto tempo que ele deixou de jogar e sabe bem como gerir esta situação.

A conquista da Taça da Liga foi um momento marcante para as 10 caras novas. Como os viu perante a conquista e ao verem a alegria dos adeptos?

Sempre lhes disse: “quando ganharmos vão perceber o quão é bom ganhar no Benfica”. Os adeptos e as pessoas no Benfica são espetaculares, ajudam, não temos razões de queixa e eles sentiram isso. Na própria viagem encontrámos adeptos do Benfica e sentiram o que é a mística benfiquista. Disseram: “é bom ganhar, queremos ser felizes, temos muito para conquistar”. Só com trabalho é que isso é possível e espero que, no final, consigamos dar a alegria que os adeptos tanto querem e que nós também tanto queremos.

O plantel tem estado ligado a ações da Fundação Benfica. É importante para os jogadores?

Estas ações têm sido positivas para os jogadores perceberem o que é o Benfica, a dimensão que o Clube tem. Seja qual for o sítio onde formos ou onde estejamos, temos sempre muitos adeptos a apoiar ou a ver. Quando vão na rua, todos os reconhecem, o que é bom, ser reconhecido pelo trabalho que fazemos pelo Clube. Eles têm essa noção e têm comentado que tem sido fantástico ir a uma escola falar com alunos. Isso tem sido muito benéfico.

Ajuda ao crescimento da modalidade?

Nos últimos tempos, a modalidade tem crescido bastante, com conquistas pela Seleção, e até mesmo pela conquista do Benfica, em 2010, da UEFA Futsal Cup. Tem sido cada vez maior e melhor o crescimento da modalidade, há cada vez mais jovens a querer praticar futsal. Nas escolas também já se fala. Até nós já fomos a escolas falar sobre as regras da modalidade. Às vezes não é possível porque não conseguimos fazer tudo. É bom continuar assim para que a modalidade continuar a crescer.

Bruno Coelho

“Temos um caminho a percorrer, sabemos qual é e como temos de o fazer”

Ser Campeão Europeu por Portugal foi um ponto importante nesta época?

A conquista do Europeu de futsal foi, sem dúvida, a grande conquista da época até agora, porque quero conquistar a Taça de Portugal e o Campeonato pelo Benfica. Mas, nos próximos quatro anos, vamos ser Campeões da Europa, isso ninguém nos pode tirar. Até mesmo para o futsal em Portugal, para a Federação, o excelente trabalho que têm feito nas camadas jovens de futsal e futebol, tem sido importante.

E para o Bruno Coelho? Como foi?

Foi especial, foi fantástico. É o troféu que qualquer atleta, seja qual for a modalidade, ambiciona. Toda a Europa, todo o mundo está com os olhos postos naquele momento da época. Podermos conquistar aquele troféu que tanto ambicionávamos e corríamos atrás foi fantástico. Nunca vou esquecer aquele momento. Foram partilhadas muitas conversas, muitos segredos e poder conquistar o troféu para tantas pessoas a quem tanto prometemos… até posso partilhar uma coisa: o selecionador, numa das conversas que tinha, muitas vezes nos dizia que tínhamos de levar uma medalha para as nossas famílias. Ele estava certo, pois este foi o ano em que ele levou uma medalha para a filha. O que mais me satisfaz foi podermos jantar, logo a seguir ao Europeu, com as nossas famílias e podermos dizer: “está aqui a medalha para as nossas famílias”. Esse foi o aspeto mais alto que pudemos partilhar com as nossas famílias.

Lá em casa há sempre alguém muito atento ao trabalho do Bruno Coelho…

A minha mulher e os meus filhos estão sempre atentos. Também por eles foi importante. No final do Europeu abracei-me à Soraia, que é a minha mulher, a chorar porque ela sabe o que sofro, o que me dedico, o que dou ao meu trabalho. Às vezes dói não conseguir dar-lhe o que ela me dá. Este troféu foi, sem dúvida, para ela, porque são as nossas famílias que estão connosco nos bons e maus momentos, e nos apoiam.

Os filhos também são muito atentos.

O Gustavo já reconhece o pai na televisão e isso é uma felicidade imensa. Eu sou daqueles que, quando chega a casa, vai ver o jogo de novo para ver se fiz tudo bem, os erros que cometi. O Gustavo olha para a televisão e diz: “pai, pai, pai…”. É gratificante reconhecer-me. Ele ainda não percebe, mas faço questão de guardar os recortes dos jornais e de gravar todos os jogos para, um dia quando perceber, lhe mostrar quem foi o pai, quem é o Benfica e tentar passar-lhe a paixão do futebol.

Vídeos
Os melhores golo dos Jogos 2 dos Quartos de Final da Liga Feminina Placard
Os melhores golos do Jogo 1 Quartos de Final da Liga Feminina Placard
Os melhores golos da Jornada 20 da Liga Placard Futsal
Os melhores golos da Jornada 22 da Liga Feminina Placard
Os melhores golos da jornada 19 da Liga Placard de Futsal
Os melhores golos da Jornada 18 da Liga Placard Futsal
Os melhores golos da Jornada 17 da Liga Placard
Os melhores golos da jornada 21 da Liga Feminina Placard
Os melhores golos da Jornada 20 da Liga Feminina Placard Futsal
Os melhores golos da Jornada 16 da Liga Placard de Futsal
Ficha técnica | Lei da transparência | Estatuto Editorial Politica Privacidade