Divanei em entrevista ao Record: "quis voltar para mostrar que o Divanei não está morto para o futsal"
Numa entrevista que pode ler no Jornal Record, conduzida por Diogo Matos, Divanei falou sobre o regresso a Portugal, da Seleção Nacional e o Sporting.
Na entrevista que pode ler-se que e depois do "seu percurso em Portugal confunde-se com a grande maioria dos sucessos da última década do futsal do Sporting. Aos 35 anos, e depois de passagens pela Rússia, Cazaquistão, Sérvia e França, Divanei regressou a Portugal no final de dezembro para representar o Portimonense."
"Divanei não hesita em apontar o motivo que o levou a voltar ao campeonato português. “O ano de 2019 foi um dos piores da minha carreira. Regressei a Portugal apenas e só para jogar. Estive um ano praticamente "apagado" e quis voltar para mostrar que o Divanei não está morto para o futsal. Ofereci-me a alguns clubes e, pouco depois, recebi a proposta do Portimonense", começa por explicar a record.
Salientando a forma como foi recebido em Portimão, o brasileiro explica o que correu mal desde que saiu do Sporting. “No Ekonomac, da Sérvia, sofri uma fratura numa fíbula e não me consegui recuperar porque o médico achou que não valia a pena operar. Só depois de três meses de tratamento sem resultado é que fui submetido a uma intervenção cirúrgica. Recuperei e decidi ir jogar para França, mas o clube para onde fui [Orchies Pevele] era pouco profissional e acabei por só fazer um jogo”, recorda. No regresso às quadras portuguesas, Divanei ajudou o Portimonense a conquistar três vitórias, mas a sua situação voltou a complicar-se na partida frente ao Estoril, a 15 de fevereiro. O ala sofreu uma pancada na zona a que tinha sido operado o ano passado e, desde aí, não pôde dar mais o seu contributo à equipa algarvia. Situação que pode ter influência no seu futuro. “Antes da lesão, o pessoal do Portimonense já tinha falado comigo sobre uma possível renovação, mas agora, de forma natural, a situação mudou um pouco. Sei que eles vão fazer o que consideram melhor para o clube: se eu puder ficar cá, melhor; se não puder, sigo a minha carreira noutro lado”, adiantou, pragmático, salientando que o clube continua a dar-lhe todo o apoio neste período de reclusão em casa: “O clube tem-nos dado vários exercícios, principalmente de força. Temos de usar as ferramentas que temos em casa. Fazemos tudo o que podemos em casa, mas não é o mesmo que ir para o treino ou ir para um ginásio.”"
Sobre os confrontos entre o Sporting e Benfica Divanei fala "Da ‘faísca’ ao jogo de amigos" referindo na mesma publicação “Agora é tudo computorizado, muito mecânico e isso acaba por limitar os jogadores. Alguns têm qualidade, mas não podem fazer uma jogada diferente. Nos meus primeiros anos cá jogava-se bom futsal, agora a preocupação é contratar um guarda-redes que jogue bem com os pés. Isso está a deixar o futsal estranho”, considera, abordando ainda as mudanças na rivalidade entre o Benfica e o Sporting. “Os dérbis antigamente eram jogos que faziam ‘faísca’ e que tinham um ambiente incrível.
Até me podem criticar por dizer isto, mas sinto que, hoje em dia estou a ver um jogo de amigos.
Naquele tempo sofríamos imenso na Luz, mas dizíamos: "Vamos apanhar, mas temos de ganhar a qualquer custo", salienta."
Divanei ao Record elogia Jorge Braz e deixa um alerta "destacando o excelente nível do futsal português, sublinhando particularmente o trabalho feito por Jorge Braz, treinador com quem trabalhou na Fundação Jorge Antunes - "A seleção evoluiu bastante com ele. Quando cheguei a Portugal, tive a sorte de apanhar o Paulo Tavares e o Jorge Braz. Aprendi muito com os dois e o Jorge Braz fez um trabalho muito importante na Seleção, isso está à vista com o título europeu. Agora é preciso que apareçam jogadores novos, pois neste momento há alguns jogadors internacionais que estão perto do fim da carreira. É preciso que o Sporting e o Benfica apostem em jovens", alerta Divanei."
O ala disse que uma "Advogada complicou o sonha da Seleção" e revela que "chegou a ser abordado pelo selecionador Jorge Braz para representar a Seleção Nacional, facto que, no entanto, nunca chegou a acontecer. - "Em 2012 quando fui para o CSKA, o Jorge Braz falou comigo e manifestou o interesse de me ter na Seleção portuguesa. Eu fiquei muito feliz e falei com uma advogada para ela dar entrada no processo do meu passaporte. Infelizmente, ela não foi correta comigo: entrou com o processo, mas depois abandonou-o. Entretanto, o meu caso ficou indeferido e eu soube que tinha de ficar mais cinco anos em Portugal para poder jogar pela Seleção. Acabei por desistir dessa ideia", recorda Divanei."
A "Maior mágoa é não ter ganho a UEFA Futsal Cup no Sporting" , clube que "Divanei não esquece, nem quando estava no Kairat" - "Falar-se da história de Divanei em Portugal equivale em grande parte a falar-se da passagem do ala pelo Sporting. Depois de quatro épocas e meia na Fundação Jorge Antunes, o brasileiro rumou aos leões a meio da temporada 2008/09, tendo representado o clube durante cinco épocas e meia (em três passagens distintas). “O Sporting é a minha segunda casa. O clube deu-me tudo, deu-me todas as condições de que um atleta precisa para poder jogar e chegar ao topo. Fiz de tudo pelo Sporting e até hoje sou muito acarinhado pelos adeptos. Sinto-me feliz pelo que alcancei no clube”, recorda Divanei, não escondendo, porém, que ficou algo por conquistar na formação verde e branca: “Sem dúvida que a maior mágoa da minha carreira é não ter ganho a UEFA Futsal Cup pelo Sporting. Venci com o Kairat, mas perdi as duas finais a que fui com o Sporting. Infelizmente não deu, mas sabia que, mais cedo ou mais tarde, o clube iria conquistar a prova.”"
"Assumindo que abdicou de muito a nível financeiro ao não renovar com o Kairat para fechar o capítulo Sporting em 2017/18, Divanei revela, no entanto, que ficou um pouco desiludido com a forma como essa temporada se desenrolou. “Senti que quem me contratou na minha última passagem pelo Sporting não foi a direção nem a equipa técnica, mas sim os adeptos. Os adeptos pediram tanto a minha contratação que o clube acabou por avançar. Além disso, as coisas não correram muito bem, desanimei e acabei por sair no fim da época. Mesmo assim, passei bons momentos com o treinador Nuno Dias e coloco-o no top 5 de melhores treinadores do Mundo”, sublinha Divanei."
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