Antigo internacional está disponível para ajudar a FIFA a promover a modalidade

«Sempre senti que tinha de ser ‘O’ tal e não ser apenas mais um. Acho que consegui superar-me e com muita pena, vou dizer um até já à Seleção Nacional», Ricardinho, 9 de novembro

Ricardinho, que terminou a carreira ao serviço da seleção portuguesa após a conquista do Mundial2021, na Lituânia, revelou que já sente «saudades», mas acrescenta que saiu «de consciência tranquila» com o legado que deixou na modalidade.

Em entrevista ao podcast da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o «mágico», por seis vezes considerado o melhor jogador do mundo (2010, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018), revelou que tem orgulho na tarefa «mais do que superada» em Portugal.

«Os atletas vão ter agora ainda mais responsabilidade e muito mais respeito pela nossa seleção, não vão olhar mais para a seleção do quase. Dá-me orgulho, mas a ficha não cai completamente. Vou sentir saudades, mas saio de consciência tranquila, porque dei o meu melhor em todos os jogos. Foi uma tarefa mais do que superada, deixei legado a outros atletas, ajudei muito, fui ajudado e as conquistas estão aí», sublinhou o jogador.

Ricardo Filipe da Silva Duarte Braga, conhecido no mundo do futsal por Ricardinho, foi instado a explicar o que levou ao seu anúncio de dizer «até já» à seleção, apontando a um «desgaste mental» após a grave lesão que sofreu, antes do Mundial.

«A decisão foi tomada com cabeça e coerência. O momento em que estava também ajudou. Estava muito desgastado com o que aconteceu em França e com a lesão. Sabia que ia dar o meu melhor para chegar àquele momento, felizmente consegui chegar, mas o desgaste que tive para lá chegar rebentou comigo psicologicamente», contou.

Como tal, o jogador, que atua nos franceses do ACCS Paris, revelou que não se «estava a divertir no lugar onde mais queria estar, que era a seleção nacional», e, depois do inédito triunfo, parou totalmente em novembro e dezembro, nos quais nem treinou.

«O que me estava a dar desgaste era o estar concentrado e só focado naquilo, nos treinos antes da competição. A competição todos queremos viver, mas temos de nos preparar para lá estar. O meu desgaste era mental. Agora dói olhar para ali, mas a confiança continua a ser a mesma», referiu o jogador natural de Gondomar.

O amigo Bruno Coelho herdou a sua camisola «10» no Europeu2022, nos Países Baixos, que arrancou esta quarta-feira com uma vitória de Portugal sobre a Sérvia na defesa do título conquistado em 2018, na Eslovénia, sendo que Ricardinho prometeu uma despedida «em condições».

«Vamos fazer uma despedida em condições, com os adeptos, e tentar fazer no Norte e no Sul. É uma boa forma de agradecer a quem acompanhou o meu trajeto», expressou.

Sobre a histórica vitória na final do Mundial2021, frente à Argentina (2-1), Ricardinho assumiu que, quando sofreu a grave lesão no joelho, sentiu que «as coisas acontecem por alguma razão» e, como religioso, confiava que havia algo bom guardado para ele.

«Se, no Europeu, tocámos o céu, no Mundial andámos nas nuvens a passear. Já tinha ganhado todos os títulos por onde tinha passado e faltava-me esse para reconhecer que a geração do Ricardinho conseguiu ganhar o Europeu e o Mundial. Nem a sonhar, sonhas tão bonito. Foi metida a cereja no topo do bolo», afirmou o ex-capitão luso.

Em relação ao futuro da modalidade, Ricardinho considerou que, enquanto o futsal não estiver presente nos Jogos Olímpicos, «vai faltar sempre um passo importante», e ofereceu-se para ajudar a FIFA a «levar e promover o futsal a todo o lado do mundo».

«Já me disponibilizei para que, quando terminar a minha carreira, que não vai faltar muito tempo, ser embaixador do futsal e viajar por todo o mundo, ir a todos os países que não têm futsal e que têm essa vontade. Se a FIFA quiser dar esse passo, gostaria de me disponibilizar a cem por cento para promover o futsal em todo o mundo e os praticantes terem condições para chegar mais à frente e jogar futsal a sério», assegurou.

Ricardinho notabilizou-se ao serviço do Benfica, ao qual chegou proveniente do Miramar, em 2003/04, contando ainda com passagens pelos japoneses do Nagoya Oceans, pelos russos do CSKA Moscovo e pelos espanhóis do Inter Movistar, antes de ir para França.

in Maisfutebol


Vídeos
Os melhores golos da Jornada 22 da Liga Feminina Placard
Os melhores golos da jornada 19 da Liga Placard de Futsal
Os melhores golos da Jornada 18 da Liga Placard Futsal
Os melhores golos da Jornada 17 da Liga Placard
Os melhores golos da jornada 21 da Liga Feminina Placard
Os melhores golos da Jornada 20 da Liga Feminina Placard Futsal
Os melhores golos da Jornada 16 da Liga Placard de Futsal
Joel Rocha: "porque é uma paixão, não é uma profissão... corre-me no sangue, corre-me nas veias"
Os melhores golos da Jornada 15 da Liga Placard Futsal
Os melhores golos da Jornada 19 da Liga Feminina Placard Futsal
Ficha técnica | Lei da transparência | Estatuto Editorial Politica Privacidade