Sporting vs Benfica – A Decisão Adia-se ou Concretiza-se no Jogo 4?



Chegamos ao Jogo 4 da Final da Liga Placard de Futsal. Uma nova batalha de, no mínimo, 2.400 segundos de pura intensidade está garantida. Preparem-se os corações: promete ser um espetáculo empolgante, vibrante e imprevisível.

O que esperar depois do embate avassalador do Jogo 3? O Sporting foi demolidor, competitivo e eficaz na finalização, impondo-se de forma clara no Pavilhão João Rocha. Os encarnados nunca conseguiram encontrar-se no jogo. Durante breves minutos equilibraram, mas foram completamente engolidos pela avalanche leonina.

Na análise aos golos: o leão entrou feroz, com duas transições letais colocando o resultado em 2-0 logo no arranque. Depois, dois esquemas táticos executados com precisão por Wesley, Taynan e Zicky aumentaram a vantagem. Para culminar, Merlim, o “mago”, selou com classe. O golo de honra do Benfica – misto de sorte e irreverência – surgiu pelas botas improváveis de Kutchy e Chiscala.

Este Benfica esteve irreconhecível. Descaracterizado, constantemente atrasado nas reações à perda de bola e sem capacidade para travar a “fúria” leonina. Uma equipa do Sporting coesa, dominante na pressão e com intensidade defensiva superior. Os encarnados ainda tentaram reagir com o seu 4:0, mas a posse não se traduziu em eficácia.

Questões Cruciais e Desmontar de Narrativas

Há quem defenda que a ausência de Léo Gugiel foi determinante. Mas, porque perdeu o Benfica o Jogo 2, onde Léo jogou? E ignorar a qualidade de André Correia (21 internacionalizações) é redutor. No Jogo 3, André participou em 13 ações ofensivas com o guarda-redes subido – um comportamento padrão no modelo encarnado. Convém recordar que, na fase regular, o Benfica foi a equipa mais eficaz neste tipo de ação: 21 golos em jogadas com o guarda-redes avançado.

Os números também revelam nuances importantes:

O Benfica rematou mais: 28 remates contra 21 do Sporting;

Contudo, no contra-ataque o domínio foi verde: 13 ações leoninas contra 4 dos encarnados;

No ataque organizado, houve equilíbrio: 72 ações do Sporting contra 75 do Benfica.


Face ao que se viu em campo, ficou clara a superioridade do Sporting nos cinco momentos do jogo. Mais reativo, mais expedito, mais eficaz.

O Que Esperar no Pavilhão Fidelidade?

Cassiano terá de “despertar” o seu coletivo. Independentemente da estrutura – 4:0 ou 3:1 – será fundamental encontrar forma de desmontar a engenharia tática do leão. A ausência de Tomás Paço – peça crucial na construção e contenção – poderá ser explorada. Veremos de que forma os pivôs encarnados aproveitam esse vazio.

Também os esquemas táticos serão vitais. Na fase regular, 26,9% dos golos nasceram de bolas paradas (cantos, livres, penáltis). Benfica: 32 dos seus 112 golos. Sporting: 37 dos seus 121 golos, sendo 16 de canto. Estes dados provam que, neste play-off, cada detalhe conta.

O Fator Decisivo: A Mente

A chave estará no plano emocional e mental. O Sporting pode fazer “xeque-mate” e conquistar o penta. Ou o Benfica ressurgirá das cinzas e prolongará a disputa para a “negra”. A resiliência e a capacidade de transformação da águia determinarão o desfecho.

Que seja mais uma noite de futsal de excelência, num dérbi considerado por muitos – e por mim – o melhor do mundo.

Salte a bola. Viva o futsal.


Artigo de opinião por António Aires
Treinador e Analista de Futsal




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