Espanha volta a erguer o troféu europeu e nega sonho luso em Paredes

Portugal até começou por cima, empurrado pelo entusiasmo das bancadas e por uma entrada autoritária em pista. Aos 2 minutos, Marlene Sousa inaugurou o marcador e trouxe esperança à formação de Ricardo Barreiros. Mas o ímpeto durou pouco: a reação espanhola foi implacável. Aina Florenza, figura maior do Europeu com 14 golos, empatou logo a seguir, e a avalanche ofensiva não abrandou. Maria Sanjurjo, Aimée Blackman e novamente Florenza deram forma a uma primeira parte de luxo das visitantes, que chegaram ao intervalo a vencer por 4-1.
Na segunda parte, a Espanha manteve o domínio da posse e da eficácia. A capitã Marta González fez o 5-1 aos 28 minutos, mas Portugal teve uma das suas melhores fases logo depois. Beatriz Várzeas, com um toque subtil ao segundo poste, reduziu para 5-2 aos 32 minutos e trouxe nova energia à equipa lusa. As espanholas tremeram, cometeram algumas faltas e pareciam menos esclarecidas, mas a experiência falou mais alto. Já nos minutos finais, com Portugal a arriscar sem guarda-redes, a Espanha aproveitou para fechar a contagem com dois golos em contra-ataque: novamente Aina Florenza e Maria Sanjurjo selaram o resultado em 7-2.
Portugal termina como vice-campeão europeu, com uma prestação honrosa mas sem conseguir travar a supremacia espanhola, que venceu todos os jogos do torneio e sofreu apenas três golos — todos marcados pelas lusas. A seleção nacional mostrou qualidade, ambição e momentos de bom hóquei, mas a consistência e profundidade da equipa espanhola acabaram por fazer a diferença. Destaque para Marlene Sousa e Beatriz Várzeas, autoras dos golos portugueses, e para a jovem Leonor Coelho, que foi a terceira melhor marcadora do torneio. Apesar da derrota, fica a certeza de que Portugal continua a crescer e a aproximar-se do topo europeu, num caminho que merece ser continuado.