Pedro Martinho: “Há uma alegria e uma cultura de vitória bem vincada neste grupo” - Em declarações exclusivas ao jornal O JOGO

O Ferreira do Zêzere tem sido uma das grandes surpresas do arranque da Liga Placard 2025/26. Em cinco jornadas, soma três vitórias e ocupa o quarto lugar, apenas com derrotas frente a Benfica e Sporting, os dois gigantes do futsal nacional. No centro da segurança defensiva da equipa está Pedro Martinho, guarda-redes de 24 anos, que vive um momento de confiança e afirmação.

Em declarações exclusivas ao jornal O JOGO, o guardião ribatejano falou sobre o excelente início de época, a chegada de Cristiano Coelho ao comando técnico e a ambição que move o grupo ferreirense.

“Tem sido um início normal, mas consistente”

“Tem sido um início normal, mas consistente. Três vitórias em cinco jogos mostram que o que fazemos diariamente está a dar frutos. No ano passado demorámos mais tempo a encontrar o ritmo certo, mas agora a equipa tem uma cultura de vitória bem vincada.”

Presente em todos os jogos da temporada, Pedro Martinho é um dos esteios do conjunto de Cristiano Coelho, que assumiu a equipa após ter sido adjunto de Ricardo Lobão. O guarda-redes vê no novo técnico um líder exigente e próximo.

“O ‘Cris’ respira futsal e pediu-nos trabalho e rigor”

“Conheço o ‘Cris’ há vários anos, desde o Porto Salvo. É alguém que respira futsal e que está sempre disponível para nos ouvir. Pediu-nos trabalho e rigor, e o plantel reflete isso. Nem sempre dá para jogar bonito, mas, nesses momentos, a entrega e a luta fazem toda a diferença.”

Martinho sublinha também a ligação do grupo aos adeptos, que considera essencial no sucesso da equipa.

“Senti-me em casa desde o primeiro dia. O apoio das pessoas é impressionante, seguem-nos do norte ao sul, e até às ilhas. No futsal, nunca vi nada igual. Essa paixão dá-nos força e motiva-nos a continuar a lutar.”

“A alegria no dia a dia dá-nos força quando as coisas não correm bem”

No discurso do guarda-redes, a palavra “grupo” surge repetidamente — e não por acaso.

“Temos um balneário fantástico. Há brio, consciência e vontade de melhorar. Sabemos que só juntos alcançaremos os objetivos que traçámos. Aprendi que é possível trabalhar com seriedade, mas também com prazer. A alegria no dia a dia dá-nos força quando as coisas não correm bem.”

Com o Ferreira do Zêzere entre os primeiros classificados, Martinho reconhece que o foco passa por manter a consistência e sonhar alto.

“O quarto lugar mostra que estamos no caminho certo. Queremos fazer melhor do que na época passada e lutar pelos quatro primeiros lugares para chegar ao play-off de apuramento de campeão e fazer uma gracinha.”

“A Liga tem de dar o passo seguinte”

Mais do que falar apenas do clube, Pedro Martinho deixou também uma reflexão sobre o panorama do futsal português.

“Já não há tanta diferença entre os grandes e os restantes. As equipas estão mais bem preparadas e com mais qualidade. Mas falta dar o passo seguinte: profissionalizar verdadeiramente a liga, criar estruturas e um sindicato que proteja e valorize os jogadores.”

O guarda-redes recorda que a realidade da modalidade continua a ser dura para muitos atletas.

“Infelizmente, ainda há muitos jogadores que não conseguem viver apenas do futsal. Há quem tenha feito carreiras inteiras pelo amor ao jogo. É preciso mudar isso, e cabe à Liga e à Federação criarem condições para que, no futuro, isso não aconteça.”

Um Ferreira do Zêzere de alma e ambição

Com o grupo em crescendo e o ambiente de confiança bem vincado, o Ferreira do Zêzere apresenta-se como uma das equipas mais consistentes deste arranque de temporada. A união, a entrega e a ambição refletem a maturidade de um projeto que se consolida a cada jornada — com Pedro Martinho como uma das vozes e referências de um balneário que acredita poder ir ainda mais longe.