Vilian Sousa: “O coletivo é a nossa maior arma”
por João Fernando Vieira, Jornal O Jogo — adaptado por Zona Técnica Futsal Portugal
Ala internacional pela Geórgia destaca espírito, maturidade e ambição num SC Braga que cresce jornada após jornada
O SC Braga mostrou fibra e venceu o Torreense, por 3-2, num jogo onde esteve por duas vezes em desvantagem, mas soube sofrer, reagir e confirmar a reviravolta. Vilian Sousa, autor de um dos golos arsenalistas, foi a voz que melhor espelhou a alma minhota.
O ala canhoto, 36 anos, internacional pela Geórgia, garante a O Jogo que o espírito de grupo é o maior trunfo da equipa comandada por Joel Rocha, numa Liga Placard cada vez mais exigente.
O Pavilhão da Física, em Torres Vedras, foi palco de um daqueles jogos que explicam porque é que o futsal é paixão e sofrimento em doses iguais. O Torreense acreditou, o Braga resistiu e acabou a sorrir. A equipa venceu 3-2, num duelo que revelou caráter, resiliência e maturidade, qualidades cada vez mais visíveis num grupo que está a afinar o passo.
“Foi um jogo muito difícil, especialmente na primeira parte. Demorámos um pouco a perceber o jogo do Torreense, mas no segundo tempo fomos claramente superiores. O coletivo é a nossa maior arma.”
Para Vilian, esta vitória em pavilhão tradicionalmente complicado tem peso especial:
“É muito importante, num pavilhão muito difícil, frente a uma equipa que sabe jogar e que tem muita qualidade.”
Experiência não lhe falta. Com passagens por Brasil, Rússia, Espanha e já a viver na Geórgia quando surgiu o convite do Braga, Vilian foi um dos protagonistas do jogo. Marcou o seu segundo golo da temporada, num lance que tinha assinatura:
“Foi um golo trabalhado, uma jogada que vínhamos treinando há semanas e que saiu exatamente como planeado. É uma das minhas características, o remate de média e longa distância. Senti-me feliz, sobretudo por poder ajudar o Braga.”
E deixa o compromisso:
“Ainda estou a evoluir e quero continuar a contribuir com golos, assistências e, acima de tudo, com trabalho.”
Um início de época desafiante — mas a crescer
O Braga vive um arranque irregular, entre vitórias importantes e três derrotas que mantêm a equipa num quinto lugar aquém das expectativas. Mas Vilian recusa dramatismos:
“Está a ser um início desafiante numa prova muito renhida. Temos feito boas exibições, mas sabemos que há margem para crescer.”
A integração dos novos jogadores e as lesões têm influenciado o processo:
“Chegaram jogadores novos e o entrosamento está a melhorar a cada jornada. Tivemos também duas baixas importantes no plantel, o Willian Carioca e o Hugo Neves — dois jogadores que fazem a diferença e que vão ser fundamentais durante a época.”
Mas o espírito arsenalista mantém-se inabalável:
“O Braga entra sempre na quadra para ganhar, independentemente do adversário ou da fase que atravessa. Pensamos em títulos, claro, mas sabemos que só lá chegaremos com trabalho, semana após semana.”
Foco, crescimento e espírito de grupo — esta é a identidade que Vilian deixa clara:
“O nosso foco é evoluir, somar muitos pontos e manter o espírito de grupo que nos define.”
Do Cáucaso ao Minho sem hesitar
Depois de experiências no Brasil, Rússia e Espanha, Vilian atuava na Geórgia quando recebeu a chamada do SC Braga:
“Não pensei duas vezes em aceitar. Foi uma decisão que tomei pela minha família e por saber que vinha para uma grande equipa de Portugal.”
As referências eram sólidas:
“Sempre me deram excelentes referências do clube, da estrutura, do profissionalismo e das condições que oferece. Temos tudo o que um atleta profissional precisa, por isso não hesitei.”
A adaptação foi imediata e o futsal português conquistou-o:
“Gosto muito da competitividade da Liga Placard, que é forte e obriga a estar sempre no limite. O meu estilo de jogo encaixa bem nesse contexto, porque é uma liga que exige força física, dedicação e maturidade. Identifiquei-me logo.”