Estreia perfeita: Portugal assina 10-0 e marca posição no Mundial feminino
A Seleção Nacional A Feminina entrou, este domingo, para a história ao disputar o seu primeiro jogo de sempre num Campeonato do Mundo Feminino de Futsal, nas Filipinas. No arranque do Grupo C, o conjunto orientado por Luís Conceição assinou uma exibição memorável e venceu a Tanzânia por 10-0, num duelo totalmente dominado pelas portuguesas desde o primeiro segundo. O encontro decorreu na PhilSport Arena, em Pasig, perante um ambiente simbólico para o pontapé de saída da primeira edição oficial da FIFA dedicada ao futsal feminino.
Portugal entrou em campo com Ana Catarina, Inês Matos, Janice Silva, Fifó e Maria Pereira, e desde cedo revelou que pretendia assumir o controlo absoluto do jogo. Logo aos 3’, Maria Pereira abre o marcador, após uma jogada bem trabalhada na ala, dando início a uma avalanche ofensiva que nunca abrandou. Pouco depois, aos 5’, a capitã Ana Azevedo faz o 2-0, finalizando com precisão após uma recuperação alta de Portugal, num dos traços evidentes do plano tático definido pela equipa técnica.
A superioridade portuguesa traduzia-se numa circulação rápida, pressão sufocante e grande mobilidade nas alas. Aos 6’, Kaká surge no coração da área e remata para o 3-0, consolidando o domínio nacional. A Tanzânia tentava, aqui e ali, sair a jogar, porém nunca encontrou soluções para ultrapassar a primeira linha de pressão. Aos 11’, seria a vez de Inês Matos disparar para o 4-0, reforçando a intensidade de Portugal em zonas interiores. O ritmo permanecia altíssimo e, aos 13’, Fifó faz o 5-0, num gesto técnico característico que deixou a guarda-redes adversária sem resposta. A primeira parte terminaria com o 6-0, graças ao arranque fulminante de Kika, aos 16’, que remata colocado após recuperação no meio-campo contrário.
No segundo tempo, o cenário manteve-se. Portugal entrou com a mesma atitude e, aos 21’, surgem dois momentos consecutivos que ampliaram a diferença: primeiro, Fatuma Issa marca na própria baliza, desviando um cruzamento tenso de Fifó, e logo depois Helena Nunes faz o 8-0, na recarga a um remate defendido a meias pela guarda-redes tanzaniana. Era o reflexo de uma equipa confiante, esclarecida e determinada a transformar este jogo histórico num cartão de visita irrepreensível.
A Tanzânia via-se obrigada a recuar cada vez mais, acumulava erros na saída de bola e não conseguia ligar transições. Aos 24’, Lídia Moreira aproveita uma perda adversária e faz o 9-0, com um remate cruzado. Portugal controlava o ritmo e registava uma enorme variedade de soluções ofensivas: alas rápidas, pivôs bem posicionadas, pressão coordenada e combinações interiores constantes. Aos 31’, chegou o momento do 10-0, por intermédio de Carolina Pedreira, que finaliza com frieza após uma recuperação alta de Maria Pereira.
A Tanzânia, apesar da entrega, apenas conseguiu aproximar-se da baliza portuguesa em momentos isolados, sempre anulados pela guarda-redes Ana Catarina ou pela rapidez da linha defensiva. O conjunto africano ainda viu Edina Mkamba receber amarelo aos 14’ e Winfrida Charles aos 33’, reflexo das dificuldades em travar o ataque português sem recurso a faltas.
No balanço final, Portugal assinou uma exibição irrepreensível, madura e tecnicamente superior. Foi um triunfo expressivo e totalmente merecido, sustentado na intensidade da pressão, na criatividade das jogadoras e na eficácia na zona de finalização. A Tanzânia, apesar do esforço e da tentativa de resistir, nunca conseguiu equilibrar a partida e acabou por pagar caro as dificuldades defensivas e a incapacidade de sair a jogar perante a agressividade tática portuguesa.
Em síntese, Portugal estreia-se no Mundial com uma goleada histórica, demonstrando ambição, qualidade e profundidade de plantel. A figura do encontro reparte-se pela excelente dinâmica coletiva, mas destacam-se Maria Pereira, Fifó, Ana Azevedo e Kika, autoras de golos decisivos e momentos de grande influência ofensiva. No total, uma vitória marcante que reforça o estatuto de Portugal como uma das principais candidatas a avançar no Grupo C e a ambicionar voos altos neste Mundial histórico.
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