Marrocos reage com maturidade e conquista triunfo valioso num jogo caótico e cheio de energia
As Filipinas começaram com o impacto emocional típico de quem joga em casa. A equipa procurou verticalidade desde o primeiro minuto, apoiada no ambiente ruidoso da PhilSports Arena. O golo inaugural surgiu cedo, aos 3’53’’, com Dionesa Tolentin a finalizar depois de uma recuperação alta e de um ataque simples, direto e eficaz — 1-0.
O Marrocos acusou o golo apenas por instantes. Ajustou rapidamente a pressão, aproximou linhas e começou a atacar os corredores com Meryem Hajri e Nadia Laftah. A recompensa veio aos 9’47’’, com Laftah a finalizar após assistência perfeita de Hajri — 1-1, num lance que mostrou a inteligência tática marroquina.
O jogo ganhou intensidade, duelos constantes e um ritmo quase frenético. As Filipinas responderam com coragem, mas o Marrocos mostrou maior frieza nos momentos decisivos. Aos 13’55’’, Siiham Tadlaoui completou uma jogada de ala a ala e virou o marcador para 2-1, aproveitando uma fase de alguma desorganização filipina.
A seleção da casa ainda resistiu, empurrada pelos quase dois mil adeptos, e encontrou o empate aos 16’56’’, com Jasmine Demraoui a aparecer no corredor central para fazer o 2-2 num remate colocado, relançando o ambiente no pavilhão.
Mas a maturidade marroquina falou mais alto. Com posse mais segura, maior critério na gestão do tempo e melhor leitura das transições defensivas, a equipa africana voltou ao comando do marcador antes do intervalo, com Chaymaa Mourtaji a encontrar Demraoui no segundo poste — 3-2.
No segundo tempo, o Marrocos controlou. As Filipinas procuraram aceleração e remates exteriores, mas encontraram sempre uma resposta: boa ocupação de espaços, agressividade na bola parada e capacidade para “quebrar” o ritmo quando necessário. As anfitriãs tiveram algumas aproximações perigosas, sobretudo por Flanigan e Tolentin, mas faltou eficácia e critério na última decisão.
Marrocos, por sua vez, mostrou solidez: baixou bloco quando precisou, travou transições com faltas inteligentes e manteve o jogo longe da sua baliza nos minutos finais, assegurando três pontos fundamentais no grupo.
Uma vitória construída com inteligência, personalidade e capacidade para aproveitar os momentos-chave — e que deixa Marrocos bem lançado na luta pelo apuramento.
Figura da Partida – Jasmine Demraoui (Marrocos)
Presença constante nas zonas decisivas, marcou um golo, participou na criação do outro e foi sempre a jogadora que acelerou, segurou ou desequilibrou conforme o jogo pedia. Fria na finalização, madura na leitura e determinante nos momentos de maior pressão.