Classe, precisão e frieza: Irão desmonta o Panamá e mantém o sonho vivo



Irão impõe maturidade, aceleração e leitura coletiva para manter vivo o sonho do apuramento

O Panamá entrou no jogo a saber que só um resultado positivo manteria viva a esperança no Mundial, mas encontrou pela frente um Irão com outra velocidade, outra maturidade e uma capacidade de leitura que — quando encaixa — se torna simplesmente difícil de travar. O 2-6 final espelha bem essa diferença: cada perda panamiana transformou-se em ameaça e cada aceleração iraniana pareceu trazer um golo escondido dentro dela.

O encontro começou a alta rotação. E bastaram 1’47’’ para o Irão desbloquear o marcador: Elham Anafjeh, bem posicionada após assistência de Mahtab Banaei, apareceu no coração da área e finalizou com simplicidade — um golo típico da escola iraniana: circulação curta, ataque ao espaço e precisão na execução. Aos 8’19’’, Nasimeh Gholami ampliou num lance praticamente copiado do primeiro, mostrando uma equipa confortável a atrair e acelerar.

A reação do Panamá chegou através do seu maior foco emocional: a garra. E foi assim que, aos 17’11’’, Kenia Rangel reduziu após lance insistido de Gloria Saenz — um golo que trouxe vida ao pavilhão e alimentou esperança. Mas essa chama durou pouco.

O Irão respondeu no momento certo e no sítio certo. Aos 11’46’’, já na reta final da primeira parte, Fereshteh Karimi apareceu isolada após canto trabalhado e finalizou para o 1-3, levando a vantagem de dois golos para o intervalo e, essencialmente, levando também o controlo emocional do jogo.

A segunda parte trouxe um Panamá corajoso, mas um Irão absolutamente letal. Aos 28’54’’, Fereshteh Khosravi fez o 1-4 numa jogada de insistência após canto; e quando Maryorie Pérez ainda renovou a esperança panamiana com o 2-4 aos 30’46’’, a equipa iraniana voltou a mostrar porque é uma das mais estáveis mentalmente da competição.

Em apenas dois minutos, matou o jogo.

Aos 36’02’’, Fereshteh Karimi voltou a marcar após assistência milimétrica de Maral Torkaman; e logo a seguir, aos 36’27’’, Fatemeh Rahmati fechou o resultado com um remate seco e colocado — sempre com Torkaman envolvida na criação.

Nos últimos instantes, o Panamá ainda tentou através de Saenz, Rangel e Pérez, mas o Irão baixou bloco, geriu com calma e tirou o ar ao jogo sempre que necessário. Técnica, disciplina e inteligência competitiva — um cocktail que, no feminino iraniano, parece cada vez mais consolidado.

Vitória clara, madura e que deixa o Irão em posição de depender apenas de si na luta pelo apuramento no Grupo D, enquanto o Panamá sai com coragem… mas sem soluções para acompanhar a velocidade e precisão do adversário.


Figura da Partida – Maral Torkaman (Irão)

Uma aula silenciosa. Assistiu, construiu, temporizou, acelerou quando devia e controlou quando era preciso. Participou diretamente em três golos, esteve envolvida em praticamente todas as ações de criação e deu ao jogo iraniano a tal ordem dentro do caos. Uma exibição completa.



Foto: Gettyimage


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