Pedro Nobre antevê duelo “de grande agressividade” entre Portugal e Argentina nas meias-finais do Mundial Feminino de Futsal



Pedro Nobre, treinador do futsal feminino do Torreense, um dos mais titulados e experientes treinadores do panorama feminino nacional, fez, em exclusivo para a Zona Técnica, a antevisão do jogo entre Portugal e Itália, para os quartos-de-final do Mundial de Futsal Feminino.

“Espero um jogo totalmente diferente do jogo dos quartos-de-final com a Itália: um jogo com muita dinâmica, com muitos duelos individuais, onde os níveis de agressividade vão subir muito devido ao que a Argentina traz para o jogo. Também porque a seleção argentina está privada da Silvina Navas — na minha opinião, a sua melhor jogadora, que actua no Melilla de Espanha —, o que vai obrigar a uma capacidade de superação ainda maior.
Mas Portugal, na minha opinião, está num bom momento. Teve uma vitória categórica contra a Itália, que não deixou dúvidas, embora, na minha opinião, no 5x4 [ou 4x5] tenha tido algumas dificuldades pelo adiantamento excessivo da primeira e segunda linhas defensivas.
Acredito que este jogo, devido ao seu carácter decisivo, pode ter alguns momentos de maior agressividade. O controlo emocional e o evitar um número de faltas e cartões elevado, em especial no início do jogo, pode ser um momento decisivo no seu desfecho.
No geral, penso que Portugal é melhor e tem sido melhor do que a Argentina. Controlámos muito bem os cartões que poderiam tirar alguém deste jogo. A baliza, onde temos uma das melhores do mundo, também poderá ser decisiva, sendo que a Argentina, na minha opinião, fica muito aquém nessa posição específica.
Acredito na passagem de Portugal à histórica final do Campeonato do Mundo e que continuemos esta caminhada de sucesso que orgulha a modalidade e, em especial, tantas mulheres — muitas das quais tanto deram à nossa modalidade e, infelizmente, não puderam participar numa prova desta dimensão.”

Numa competição que marca a estreia absoluta do futsal feminino no palco maior, Portugal chega às meias-finais com a maturidade de quem já percebeu que pertence à elite. A Argentina será mais um teste à alma, ao talento e ao carácter desta geração que tem carregado a bandeira portuguesa com uma coragem que não treme.

E é precisamente por isso que as palavras de Pedro Nobre ganham ainda mais peso: este é o momento em que se decide quem entra para a história.
Será preciso inteligência, agressividade controlada, disciplina emocional e a frieza das grandes equipas. Será preciso, acima de tudo, "ser Portugal", aquela identidade competitiva que nos levou ao topo do futsal mundial.

Do outro lado estará uma equipa intensa, orgulhosa e disposta a tudo. Mas Portugal leva consigo algo maior: leva o trabalho de anos, leva a maturidade competitiva que cresceu jogo após jogo, leva a baliza bem guardada, leva a técnica fina, leva a alma das que lutaram para que este dia existisse… e leva a ambição de chegar onde nunca chegámos.

O caminho até aqui já é histórico.
O que vem agora pode ser lendário.

Na sexta-feira, Portugal não joga apenas uma meia-final.
Joga por todas as que sonharam, por todas as que nunca desistiram e por todas as que ainda hão-de vestir esta camisola.

Está ao alcance. Falta um passo.
O mais difícil. O mais bonito.
O que separa a história… da eternidade.


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