“Felicidade e orgulho”: Luís Conceição emocionado
A Seleção Nacional A Feminina de Futsal escreveu, esta sexta-feira, uma das páginas mais brilhantes da história da modalidade. Portugal venceu a Argentina por 7–1, em Pasig (Manila), e tornou-se o primeiro finalista de sempre do Campeonato do Mundo Feminino de Futsal, competição inaugural organizada pela FIFA.
A equipa orientada por Luís Conceição realizou uma exibição avassaladora: entrou a dominar, construiu uma vantagem confortável ainda antes do intervalo e controlou a segunda parte com maturidade, inteligência e uma superioridade técnica evidente. A Argentina, desgastada, nunca conseguiu contrariar o ritmo, a pressão e a criatividade ofensiva das portuguesas.
O adversário de Portugal sairá do duelo entre Espanha e Brasil, marcado para as 12h00 (hora de Lisboa). A final está agendada para domingo, no PhilSports Arena.
Após o apito final, Luís Conceição não escondeu a emoção. Com a voz embargada, descreveu o momento como “histórico” e destacou a força coletiva que trouxe Portugal até à final do Mundo.
“Sinto uma felicidade enorme, um orgulho imenso. Ser treinador destas meninas é um privilégio. O compromisso que elas têm é incrível, e depois a qualidade faz o resto. Já tivemos muitos grupos fortes, mas este… este é especial.”
O técnico revelou que o plano de jogo foi cumprido de forma exemplar desde o primeiro minuto:
“Preparámos o jogo para entrar fortes e dilatar a vantagem cedo. Conseguimos exatamente isso. A primeira parte saiu como queríamos, com muita qualidade.”
Com o resultado controlado, Portugal pôde finalmente gerir esforço — algo que não fora possível nos quartos-de-final diante da Itália, onde o prolongado 5x4 obrigou a uma utilização mais intensa de várias jogadoras.
“Hoje conseguimos dar minutos a todas. Era fundamental ter toda a gente disponível para a final de domingo. Precisávamos muito disso — e conseguimos.”
À beira das lágrimas, o selecionador deixou um agradecimento implícito ao grupo:
“A forma como encaram tudo o que lhes é proposto, como constroem este espírito de equipa… Se continuarmos assim, temos coisas muito boas pela frente.”
A recuperação em 48 horas: intensidade, detalhe e controlo emocional
Depois da partida, Naná — antigo internacional português e atual comentador — explicava também a dificuldade do curto tempo de recuperação:
“Em 48 horas não há treino físico possível. Faz-se apenas ativação, bolas paradas, cantos, livres de 10 metros e preparação emocional. Uma final pode decidir-se num detalhe.”
Um feito já eterno — e a final à distância de um jogo
A presença na final é, por si só, um marco para o futsal português, que volta a atingir o patamar mais alto, agora no setor feminino, no primeiro Mundial alguma vez disputado.
Como ouviu o público nas Filipinas:
“A final já é um feito inolvidável. Mas este grupo quer mais.”
No domingo, Portugal terá a oportunidade de conquistar aquilo que há anos sonha: ser campeão do mundo.