Brasil vence Espanha. Samba ou Fado na língua de Camões encontram-se na Final.



O Brasil garantiu presença na final com uma exibição construída nos detalhes competitivos e numa entrada que matou o plano espanhol logo no primeiro minuto. Aos 00’51’’, Ana Luiza apareceu solta no corredor central após recuperação alta e finalizou para o 0–1, instalando de imediato o padrão do jogo: agressividade controlada, bolas recuperadas em zonas adiantadas e Espanha forçada a correr atrás. O impacto emocional foi ainda maior aos 01’01’’, quando Amandinha acelerou para dentro, ganhou o duelo direto e colocou o 0–2, num início que desmontou a estrutura espanhola e empurrou a equipa para decisões precipitadas.

A Espanha tentou reorganizar-se com circulações longas e maior presença de Irene Córdoba entre linhas, mas o Brasil manteve sempre o controlo do ritmo, alternando momentos de pausa com acelerações cirúrgicas. Sempre que o bloco espanhol subia, o Brasil recuperava e ganhava metros com facilidade. A segunda parte confirmou a diferença na leitura competitiva. Aos 25’24’’, Débora Vanin ampliou para 0–3 após circulação paciente e assistência de Natalinha, colocando o Brasil num cenário de domínio total. A resposta espanhola surgiu aos 26’07’’, quando Ale de Paz aproveitou uma bola parada curta para reduzir para 1–3, numa das poucas ocasiões em que a Espanha encontrou vantagem posicional dentro da área.

O jogo voltou a estabilizar e o Brasil reassumiu o controlo emocional e táctico. Com bola, manteve largura, variou entradas pelo corredor e desgastou o bloco espanhol com mudanças de ritmo constantes. Aos 32’13’’, Luana Rodrigues finalizou ao segundo poste depois de uma circulação longa e bem construída, fechando o 1–4 e retirando qualquer possibilidade de reação espanhola. A partir daí, o Brasil geriu o tempo, baixou o ritmo, evitou perdas perigosas e não voltou a conceder situações de golo. A Espanha, apesar da entrega, nunca encontrou continuidade ofensiva nem capacidade para sair com critério da pressão.

Nos minutos finais, tornou-se evidente a diferença de profundidade, organização e controlo emocional entre as duas equipas. O Brasil transformou o jogo num exercício de maturidade: ganhou duelos, manteve segurança na posse e anulou completamente o talento espanhol no 1x1 interior e nas combinações habituais entre Sanz Navarro, Laura Córdoba e Irene Samper. A Espanha tentou ajustar, mas a entrada sofrida continuou a pesar no ritmo, no plano e na tomada de decisão.

O Brasil chega à final com autoridade competitiva e uma mensagem clara: quando controla ritmo, espaço e emoção, torna-se praticamente impossível de desmontar.

Samba e Fado lado na lado na final do Primeiro Mundial de Futsal Feminino. A lusofonia vai jogar a final na língua de Camões, nas Filipinas.


Figura da Partida — Amandinha (Brasil)

Determinante desde o primeiro minuto. Recuperações altas, aceleração constante, leitura superior do espaço, agressividade positiva em todos os duelos e impacto direto na entrada que definiu o jogo. Foi referência com e sem bola, estabilizou a equipa nos momentos críticos e criou desequilíbrios sempre que recebeu entre linhas. O rosto da identidade competitiva brasileira.



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