Entre domínio inicial e resposta final, Famalicão e Lombos dividem pontos
O Famalicão e a Quinta dos Lombos empataram 4-4, num encontro marcado por dois tempos completamente distintos, onde o domínio inicial da equipa da casa contrastou com uma segunda parte de superioridade clara dos Lombos, num jogo decidido pela capacidade de reação, leitura dos momentos e influência determinante dos guarda-redes.
A entrada do Famalicão foi forte, intensa e agressiva na pressão, dificultando a saída de bola dos Lombos desde o primeiro momento. Esse ímpeto traduziu-se rapidamente no marcador, com João Costa a inaugurar o resultado, após jogada coletiva bem construída, colocando o resultado em 1-0 ainda no início. Apesar da resposta imediata dos Lombos, que chegaram ao empate por Kaká, na sequência de um lateral ofensivo bem delineado, o Famalicão voltou a assumir o controlo emocional do jogo.
A reação foi imediata e eficaz. Paulo Pereira arriscou na bola de saída, Xot não conseguiu segurar e Pereirinha fez o 2-1, devolvendo tranquilidade à equipa da casa. O momento favorável foi bem aproveitado e, com jogo coletivo de grande qualidade, o Famalicão ampliou para 3-1, num lance de classe finalizado por Buzuzu. Miks Babris, na recarga após nova defesa incompleta, elevou o marcador para 4-1, explorando um período de clara instabilidade defensiva dos Lombos.
O time-out pedido por Alcides Lopes travou o crescimento do Famalicão e permitiu aos Lombos reorganizarem-se. A equipa começou a encontrar melhor critério com bola, reduziu por Duarte Ganhão, após passe de enorme qualidade de Gonçalo Sobral, e teve ainda uma oportunidade clara para encurtar distâncias, mas Cláudio Carvalho defendeu o penálti cobrado por Sobral, mantendo a vantagem famalicense. O intervalo chegou com o Famalicão em vantagem, mas já com sinais de que o jogo estava longe de resolvido.
A segunda parte foi de sentido único durante largos períodos. A Quinta dos Lombos subiu linhas, aumentou a agressividade ofensiva e passou a empurrar o Famalicão para trás. Sobral, Thales, Ganhão e Kaká começaram a encontrar espaços, mas esbarraram repetidamente num Paulo Pereira absolutamente decisivo, com intervenções sucessivas que mantiveram a vantagem da equipa da casa.
A pressão acabou por ter efeito. Fábio Lima conduziu uma transição, serviu Milton Dias, que com classe reduziu para 4-3, devolvendo os Lombos definitivamente ao jogo. O Famalicão sentiu o impacto emocional, começou a ter dificuldades em sair da pressão e acabou por ser castigado num erro no guarda-redes subido, com Gonçalo Sobral, desde a linha do meio-campo, a fazer o 4-4, num golo que refletiu tudo o que se passava em quadra.
Nos minutos finais, o jogo abriu-se por completo. O Famalicão ainda tentou responder, mas encontrou um Xot mais seguro, enquanto os Lombos continuaram a criar situações claras, sempre travadas por Paulo Pereira, que manteve o empate com intervenções decisivas até ao último lance, quando João Costa teve tudo para marcar, mas voltou a esbarrar no guarda-redes dos Lombos.
O empate final reflete um jogo de momentos extremos, com o Famalicão dominante na primeira parte e a Quinta dos Lombos claramente superior na segunda, num encontro onde a leitura competitiva e a capacidade de reagir foram tão determinantes quanto o talento individual.
Figura da Partida — Paulo Pereira (Famalicão)
Decisivo de forma absoluta, sobretudo na segunda parte, manteve o Famalicão no jogo quando tudo parecia inclinar-se para os Lombos. Venceu sucessivos duelos em situações de 1x1 e respondeu nos momentos de maior pressão, transformando um jogo que podia ter terminado em derrota num ponto precioso.
Um empate que nasce da reação dos Lombos, da resiliência do Famalicão e da certeza de que, no futsal, os jogos não se ganham em 10 minutos nem se perdem numa parte, mas na forma como cada equipa lê e responde aos momentos.