Jacaré abriu, Pany iluminou, Gugiel brilhou e Arthur selou: a história de um 4-0
O SL Benfica venceu de forma categórica por 4-0 o SC Ferreira do Zêzere, em duelo da 14.ª jornada da Liga Placard disputado no Pavilhão Fidelidade, confirmando a superioridade que tem demonstrado ao longo da época e reforçando a liderança isolada do campeonato. A formação de Cassiano Klein exibiu controlo, maturidade e inspiração individual, perante um Ferreira do Zêzere que até entrou bem no jogo, mas foi incapaz de transformar as suas oportunidades em golo.
Os visitantes até começaram melhor. Aos 3 minutos, Rui Fortes marcou na recarga, mas o lance foi invalidado por toque com a mão. Pouco depois, Jô Mahrez deixou Silvestre para trás com classe e ofereceu o golo a Lourenço Aguiar, que rematou muito mal com tudo para inaugurar o marcador. Aos 6 minutos, Chapinha apareceu isolado frente a Léo Gugiel, mas o guarda-redes brasileiro fechou o ângulo e evitou o 0-1. O aviso estava dado: o Ferreira podia ter chegado à vantagem.
O Benfica respondeu com remates de longe de André Coelho, ambos travados por Pedro Martinho, e com um tiro rasteiro de Silvestre a passar perto do poste. Mas seria num lance de transição que o marcador finalmente abriu. Aos 12 minutos, um erro na saída do Ferreira permitiu a antecipação de Jacaré, que recuperou a bola no meio-campo, soltou em Raúl Moreira e recebeu novamente para rematar rasteiro entre as pernas de Pedro Martinho, fazendo o 1-0. O pivo encarnado estava inspirado e deu início à construção de uma exibição sólida da equipa da casa.
O Ferreira continuava a procurar Jô Mahrez para desbloquear, mas a resposta era invariavelmente a mesma: Léo Gugiel. Aos 13 minutos, o internacional georgiano voltou a ultrapassar André Coelho, mas viu o guarda-redes brasileiro negar-lhe o empate. Do outro lado, o Benfica começava a acumular oportunidades: Jacaré rematou por cima numa boa rotação e Pedro Martinho voltou a impedir o segundo golo.
Aos 16 minutos, surgiu um dos momentos da noite. Num ataque de 4x0 trabalhado com paciência, Pany Varela, vindo da esquerda para o meio, soltou um remate violento de pé direito e fez o 2-0. Um golo de enorme execução técnica, que colocou as águias com margem confortável. Até ao intervalo, ainda houve tempo para Léo Gugiel rematar à barra do meio da quadra, num gesto improvável que quase surpreendeu o Ferreira.
A segunda parte começou com o Benfica decidido a fechar o jogo. Aos 23 minutos, Diego Nunes ofereceu o golo a Jacaré, mas o pivo, sozinho, atirou ao lado num lance que não costuma falhar. A tranquilidade chegaria pouco depois: aos 26 minutos, o Benfica subiu o guarda-redes e Léo Gugiel rematou dos 14 metros, com potência e precisão, fazendo o 3-0. O brasileiro coroava uma exibição brilhante.
O Ferreira do Zêzere tentava reagir, mas sem critério. Aos 33 minutos, Barreto recuperou de forma agressiva, mas foi individualista e rematou de ângulo difícil, ignorando Chico, que estava em posição superior. E aos 35 minutos, outro golpe duro: Djaelson cometeu falta sobre Silvestre, viu o segundo amarelo e foi expulso. O Benfica ficou a jogar 4x3 durante dois minutos — e aproveitou.
Aos 37 minutos, ainda em superioridade numérica, Arthur soltou um remate poderoso que fez o 4-0, selando definitivamente a vitória encarnada. No mesmo minuto, Cristiano Coelho pediu time-out e avançou de 5x4, com Chico a vestir a camisola de guarda-redes, mas o Benfica controlou com inteligência até ao apito final.
Foi uma vitória sólida do SL Benfica, construída sobre a sua habitual consistência defensiva, grande noite de Léo Gugiel e eficácia nos momentos-chave. O Ferreira do Zêzere entrou com personalidade, criou situações claras de golo, mas pagou caro a falta de eficácia e os erros em zonas proibidas.