Pedro Catita: "Melhor jogador foi a equipa"



Pedro Catita vai para o quinto europeu consecutivo ao vivo no estrangeiro, agora em Ljubljana (Eslovénia), depois de 2010 (Hungria), 2012 (Zagreb), 2014 (Antuérpia), 2016 (Belgrado), analisou o segundo dia de competição, numa referência à vitória de Portugal sobre a Roménia por 4-1 e o empate da Espanha sobre a França a quatro bolas.


- Melhor jogador foi a equipa

Entrada no Europeu com qualidade, e a ganhar. Jogo competente na maioria dos minutos, com ataque posicional em 4:0 e 3:1 com boa gestão dos primeiros passes e dos primeiros movimentos, com Ricardinho na mira, mas todos a participar e sempre à espreita. Processos ofensivos com zonas e momentos diferenciados de desequilíbrio (na ala contrária, a pisar, a inverter, entrelinhas, um contra um nas alas, explorando possíveis indefinições de marcação) em modo “jogos a sério”,  com coberturas adequadas a “jogadas a sério”. Defesa forte em muito espaço, com trocas e/ou acompanhamentos para impedir organização do adversário e se possível roubar, definindo áreas nobre que se pretendem invioláveis. Melhor jogador “foi” a equipa, combinando importantes confiança e desconfiança individual e coletiva. 


Nestas competições não há jogos fáceis, não há minutos fáceis, não há segundos fáceis. Dos 20 jogos, direi que “16” serão de morte. São jogos são mais difíceis de controlar. São jogos em que “facilmente” podem dar-se oportunidades ao adversário e “mais dificilmente” se criam chances de golo. As balizas ficam mais perto do que o habitual. Jogos que pedem “bons pés”, mas principalmente obrigam a ter “boas cabeças”.
Portugal diversificou soluções e golos refletem isso mesmo: 1º golo em ataque posicional com diagonal ao segundo poste, 2º golo de bola parada com bloqueio e aérea/cavada, 3º golo foi um fora com trabalho de pivot, e 4º golo de contra-ataque.


Venha(m) o(s) próximo(s) duro(s) embate(s)! Já se percebeu que vai doer, que o caminho vai ter curvas, mas estamos preparados, e tudo é possível!!! Estão/estamos juntos!!!!


- Golão de Ricardinho. Que grande golo, mais um para a história da modalidade! Pontapé lateral/fora trabalhado mas a opção A a não sair, plano B (ou C) com bola no pivot. Capitão “recebe com finta” com o melhor pé e foge ao defensor, trabalha para finalizar com o pé menos bom mas encara o guarda-redes e finaliza sim com o melhor pé... numa execução de letra. De letra não, sim de alfabeto inteiro. A dois toques com o pé mais mágico, com os apoios bem escolhidos. Futsal de rua em alta competição!!! E ainda fez duas assistências.


- No jogo frente à Roménia, interessante verificar que nos cantos defensivos de Portugal o jogador da 1ª linha estava aos 6 metros (ou seja 1 metro atrás da marca) e não aos 5 metros como é “universalmente” colocado. Novidade de alguma forma e que potencia a anulação da bola interior.


- Falando da França, em estreia no Euro - feito assinalável para uma seleção que existe apenas desde Março de 1997 - continua a fazer o seu caminho. Percurso sério principalmente na presente década (em 2010/11 tinha 15568 atletas, em 2016/17 aumentou para 27181), corajoso e sem pés de barro. O futsal em França é praticado maioritariamente nas escolas, e o plano passa mesmo por criar a btreve prazo uma academia de jovens dedicada ao Futsal. Um esforço e um trabalho que este Euro 2018 surge como cereja em cima do bolo.

- Alguns ‘jogadores de campo’ da França são incrivelmente altos e longilíneos (Nº5 1,93mts 74Kg, Nº11 1,89mts 76Kg, Nº10 1,87mts 83Kg, Nº18 1,85mts 68 Kg) com uma dimensão física "pouco vista" no futsal, direi. Problemas novos para o jogo, pois a ocupação espacial técnico-tática é diferente e "anormal". Igualmente interessante.

Conseguiu marcar golos à poderosa Espanha, esteve a vencer 1-0, 2-1 e 4-2. A Espanha não sofria 4 golos desde 08/02/2014 - Euro2014 Antuérpia, no jogo Portugal 4-8 Espanha. Incrível França nestes 40 minutos: defesa individual com vigilâncias e bons ataques ao perigo latente, muita bola na planta do pé, fechar o meio na defesa, não desperdiçar remates, profundidade a esticar o jogo sempre que possível, compromisso e resiliência, alguma ingenuidade, qualidade no contra-ataque em vários modelos de aplicação. Faltou ver mais ataques posicionais e mais bolas paradas. Mas jogadores desconhecidos passaram a ser... conhecidos, ou... deram a conhecer-se. Notável. Para seguir nos próximos tempos.


- 19 golos até ao momento, média baixa de 4,8 por jogo. Três empates e uma vitória/derrota, com nenhuma equipa a ficar em branco. Oito golos (42%) nos finais de cada parte (4 dos 16-20; 4 dos 36-40) e sete golos (37%) nos últimos 10 minutos (31-40). Coincidência? Dificuldade em manter o rigor defensivo com o passar dos minutos? Pro-atividade ofensiva em desvantagem? Sucesso do guarda-redes avançado? Aguardemos as próximas jornadas.


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